Poemas e poesias

18
Fev 10

Olho para baixo

Não vejo nada

Não porque nada se possa ver

Mas simplesmente porque os meus olhos nada captam

O meu corpo está ali

Mas estou a quilómetros de distância

Juntam-se pessoas em baixo

Não as vejo mas oiço

A ideia que me levou ali não me sai da cabeça

Avanço....Desisto

Atiro-me no vazio e acabo com esta peça

Penso

O que é que tenho

Uma mulher que me engana

Uns filhos que me ignoram

Se eu desaparecer nem sintiram a minha falta

Até já tratei do veículo que me conduzirá À minha última morada

Com medo de ficar em terra sem boleia para me levar

Pensei que fosse mais fácil

Acabar com tudo

É como o Armstrong

Um pequeno passo para mim

E se calhar um grande passo para a humanidade

Pois ver-se-ia livre de mim

Fiz uma piada

Neste momento de angústia fiz uma piada

O meu sentido de humor não me abandonou

Avanço ou recuo?

E como é que vou resolver este dilema?

As mãos estão húmidas

Os pés encharcados

Apesar de ser Dezembro estou a suar as estopinhas

Vou avançar

Estou farto

Abandono o meu apoio

Estou a voar

O chão cada vez mais perto

Fecho os olhos

Não oiço mais nada

Não vejo mais nada

Adeus

 

Ricardo Franco

publicado por Odracir às 23:03

comentário:
A Nicotina Magazine e a Nicotina Editores estão a preparar o lançamento de um nova antologia de poesia contemporânea portuguesa, de nome «poetas sem medo». Os interessados podem consultar aqui o regulamento de inscrição, enviando por mail os seus poemas. As inscrições estão abertas durante os próximos meses. Esta iniciativa visa ajudar a Fundação Santo António Maria Claret, uma fundação com um papel fundamental no apoio à infância, 3.ª idade, e cidadãos portadores de deficiência.

http://nicotinamagazine.net/noticias.php?id=52
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