Poemas e poesias

09
Ago 08

 


É o vento a cantar
É o mar a murmurar
A terra a assobiar
Uma criança a sonhar

Penteando caracóis de ouro
Que são as ondas do mar
Com força de furacão
Poê-se a alma a falar

E as areias tão finas
Da praia e do deserto
São o brilho das moedas
De um tesouro descoberto

São as palavras do vento
Pelos subúrbios do mar
Os assobios da terra
A voz de alguém a chamar

Tudo isto é poesia
Tudo isto é vida e cor
Tudo isto é uma causa
Que tem devido valor

 

Isa Santos


 


08
Ago 08

 


É o “eu” cortante,
Sem aparas,
A desnudar o lírico,
Numa verdadeira carnificina.

Do “absurdo” de Camus,
Cuja premissa é o ridículo Sísifo,
Remanesce o porquê,
Na tentativa de racionalizar a jornada.

A sobrevivência no deserto
Independe de savanas;
O importante são as miragens,
A iludir a razão.

Trôpego o raciocínio,
Acentua-se a cobardia,
Na inconveniência de encarar
A dura realidade.

A dor do só,
Sentida pelos fracos,
É o absurdo
Do roteiro certo;

Do destino inescapável,
Do traço traçado.
O esquete romanesco
No teatro da vida.
 

Luc Gabriel


 

publicado por Odracir às 23:00

 


Outra vez

Ah! Se eu pudesse congelar o tempo
Eu não estaria a falar agora em saudade
Ah! Se eu tivesse todas as chaves do mundo
Fatalmente teria trancado a porta
E não estaria agora a chorar a tua partida.
Pois, partiste e nem pensaste em mim
Que fiquei aqui, sozinho, como sempre
Estiveste em todos os momentos de minha vida.
Ah! Se eu pudesse ler pensamentos
Com certeza eu saberia agora o que te levou a partir
Mas, não sei se entenderia os teus motivos
E se os entendesse com certeza
Eu não estaria nem um pouco feliz.
Eu nem preciso adivinhar o futuro
Para saber que estou perdido
E que a minha vida caminha de mal a pior
Sei que o esquecimento é longo
Até esse dia chegar vou sofrer muito
Mas, a vida esta aí e se apresenta pra mim
Eu nem preciso ser metereologista
Para saber que vem chuva grossa
E que a tempestade esta a caminho.
Ah! Mesmo se eu pudesse nascer outra vez
De nada adiantaria, pois a minha vida esta marcada
E eu caminharia outra vez pela mesma estrada.
Mesmo se eu fosse Adão e tu a minha Eva
A Serpente estaria no nosso caminho
De que adiantaria o Paraíso?
Ah! Se eu fosse Deus e não te expulsasse
Como não me castigar pelo meu maior pecado
Que foi amar-te incondicionalmente
E colocar-te acima de todas as coisas.
Ah! Se eu pudesse ser o David Copperfield
E trazer-te para mim num passe de mágica
Mas depois do espectáculo teria que explicar o truque
E todos veriam tratar-se de uma farsa
Transformar-te-ias numa pombinha
E sozinha voarias pra imensidão
E eu a decepção....
Outra vez....

 

Edson Satler


 

publicado por Odracir às 20:00

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